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Qual o perfil de Vereador desejado na hora de votar ?

24/02/2012

 

Parte I – Quem é o eleitor Brasileiro?

Via de regra temos nos preocupado em tomar atitudes enérgicas e reflexivas apenas em relação ao nosso mundinho, com aquilo que aparentemente é o que interfere na nossa vida. Esquecemos que a mudança é sensível quando se dá no todo e tem seu pontapé inicial numa real consciência do coletivo, numa revolução de hábitos e atitudes de todas as pessoas. O simples movimento de peças, como tem sido praxe nos pleitos eleitorais, mais cedo ou mais tarde sabemos no que dará: desacordo com os interesses da maioria em detrimento do acordo de algumas minorias.

Esse afastamento, ou pela frustração que o tema tem causado, ou pela afobação de um mundo moderno que mal nos dá tempo de conseguirmos administrar nossas necessidades mais imediatas, ou por puro analfabetismo e cultura política, tem tornado o perfil de nossos políticos totalmente avesso ao que desejamos para o país, para o estado e para nossa cidade. Conforme Lodi, em pesquisa realizada (1993:123), o cientista se deparou com alguns traços do tipo social do brasileiro que nos auxiliam a entender como nos comportamos, o que nos atrai, como somos alvo fácil de sedução e são eles: bondade e hospitalidade; culto da personalidade; dificuldade de obediência; falta de coesão social; aventura e imprevidência; falta de culto ao trabalho; falta de controle e acompanhamento; cultura ornamental, cordialidade,  afetividade e irracionalidade; falta de objetividade; religiosidade intimista, docilidade e resignação; sobriedade diante da riqueza; individualismo e respeito pelas chefias ou líderes carismáticas, até em sala de aula temos dificuldades em respeitar o mestre.

O que a pesquisa de Lodi relata é evidentemente uma tipologia generalizada, quer dizer, alguns desses comportamentos estão mais presentes e outras menos em cada brasileiro, mas todas elas ((positivas ou negativas) estão resguardas como um arquétipo social, uma biologia ancestral, na formação sócio- psico-comportamental de nós todos brasileiros. Elas irão se manifestar conforme o grupo que estou envolvido, as necessidades e os eventos que passamos na vida, apontando-se na frente sempre as que são mais admiráveis para a situação e serão bloqueadas as que armarmos instrumentos fiscalizadores (individuais e coletivos) para que não nos prejudiquem e nem prejudiquem os que nos cercam. Ainda e é claro, o exercício de reeducação e transformação do humano em relação aquilo que “É” e o que deseja “SER”, alimentará de mais força as que julga serem mais sublimadas para o caminho do bem.
Em primeiro lugar temos que entender que não há diferença na tipologia genérica dos políticos e nas nossas. O que significa? Tanto nós e eles, se deixamos o barco ao vento, sem bússola, sem levar em consideração que a melhor direção
que podemos tomar é a do bem coletivo, é bem provável que venham a se salientar as que valorizam só os ganhos  individuais, como tem se dado em grande parte na nossa política e nos nossos políticos. Em segundo lugar, temos
que refletir quais dessas tipologias apontadas, no nosso entendimento, um Vereador deve ter para que possa contribuir para o bem comum. Qual deve ser o perfil de um gestor que administra as necessidades, os sonhos e as perspectivas
do grupo que lhe transferiu esse poder. E por final devemos acompanhar o mandato dos candidatos que foram eleitos. Tanto os nossos como o dos outros, devemos exigir deles feedback de suas ações e por nossa parte feedback das
melhorias que acreditamos necessárias, devem apresentar seus indicadores e periodicamente passarem por uma avaliação 360˚ com uma avaliação de todos os envolvidos. Isso mesmo, como se dá nas empresas, pois somos nós seus
diretores e não ao contrário.
Tem um ditado muito efetivo na crença popular que diz que o gado só engorda com o olho do dono. Se desejarmos uma cidade mais alegre e não tão magrinha de perspectiva, de futuro, de abundância, temos que cada um e todos nos darmos conta que somos donos de tudo isso. Antes que nos tornemos um exército de mortos-cidadãos.

Como nos ensinou Pierre Weil, sabemos da normose (esclerose das normas- lado esquerdo do cérebro), mas entendemos como ideal deixar fluir os sentimentos e emoções (lado direito do cérebro) e buscar votar naquele vereador que acreditamos agir com empatia! Mesmo errando se ele conseguir colocar-se no lugar dos eleitores, ou seja, no lugar do contribuinte, temos certeza que dias melhores virão.

 

Paulo Ricardo Silva Ferreira, Ph.D

Educador Facilitador. Presidente do Instituto Eckart Desenvolvimento Humano e Organizacional. Doutor em Ciências Empresariais pela Universidade de Leon/Espanha, administrador de empresas, curso de psicologia, pós-graduado em administração hospitalar. Professor universitário em cursos de graduação e pós-graduação. Consultor em estratégia empresarial, desenvolvimento organizacional (DO), comportamento, mudança intervencionista e inteligência empresarial da Eckart Consultoria. Presidente da Fundação dos Administradores do Rio Grande do Sul. Palestrante nacional destacado pela abordagem multidimensional das organizações, abordando temas como valores humanos, ética, comportamento e desenvolvimento humano continuado e pensamento estratégico.

Redator: Sander Machado
Profissional de comunicação, redator. Coordenador do Núcleo Celebração do Instituto Eckart. Diretor Criativo da ILê Comunicação. Entre outros prêmios já conquistou Top Nacional de MARKETING ADVB, ESPM/RS, Mérito Lojista, ANAMACO e Central Outdoors.

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